Como operar sem contas-bolsão: alternativas para fintechs e bancos após as novas regras do Bacen

As chamadas contas-bolsão entraram no radar regulatório do Banco Central do Brasil (Bacen) como práticas que podem ocultar ou substituir obrigações financeiras de terceiros — e, a partir de 1º de dezembro de 2025, entram em vigor novos deveres para instituições financeiras no fim desse modelo. 

Contas-bolsão
Contas-bolsão

Para fintechs, bancos e empresas de tecnologia financeira, a pergunta agora é: como se adaptar para continuar operando, inovando e cumprindo compliance? Neste artigo, vamos mapear o que mudou, os riscos envolvidos, e três alternativas robustas para substituir as contas-bolsão, com foco em governança, tecnologia e modelo de negócio.

1. O que são contas-bolsão e por que o Bacen mudou as regras

1.1 Definição e uso

Contas-bolsão são contas de depósito ou pagamento em nome de uma empresa (por exemplo, uma fintech) em que os recursos são usados para pagamentos, recebimentos ou compensações em nome de terceiros, sem clara identificação dos beneficiários ou titulares reais. 

1.2 Motivo da nova normativa

O Bacen identificou que esse modelo pode servir para ocultar fluxos financeiros ilícitos, fraudes, lavagem de dinheiro ou substituir obrigações de terceiros, o que fragiliza a rastreabilidade do sistema financeiro. 

1.3 Principais normas envolvidas

  • Resolução BCB nº 518 — altera a Resolução BCB nº 96/2021 sobre contas de pagamento. 

  • Resolução CMN nº 5.261 — altera a Resolução CMN nº 4.753/2019 sobre contas de depósitos. 

1.4 Vigência e transição

As regras entram em vigor em 1º de dezembro de 2025 e as instituições devem manter documentação das contas encerradas por até 10 anos. 

2. Riscos para fintechs, bancos e provedores de tecnologia

2.1 Compliance e supervisão

Instituições que estruturar contas-bolsão ou modelos próximos poderão ser obrigadas a encerrá-las compulsoriamente, além de reforçar capital, infraestrutura e controles de compliance. 

2.2 Mudança no modelo de negócios

Para fintechs que operavam como agregadores de recebíveis ou pagamentos via uma conta central, haverá impacto direto no fluxo de operação, exigindo reestruturação de modelo.

2.3 Tecnologia e rastreabilidade

É exigido que a instituição “use critérios próprios” para identificar contas-bolsão, com base em dados públicos/privados, o que demanda sistemas de monitoramento, detecção de padrões atípicos, governança de dados etc. 

3. Três alternativas para substituir as contas-bolsão

3.1 Estrutura segregada de contas por cliente ou carteira

Em vez de uma conta-bolsão agregada, crie uma estrutura onde cada cliente ou carteira tenha conta individual ou logicamente segregada.

Benefícios: transparência, rastreabilidade, compliance facilitado.

Desafios: maior custo operacional, necessidade de automação para criar e gerir múltiplas contas (ou sub-contas).

3.2 Uso de contas escrow ou fiduciárias específicas

Contrate ou monte contas fiduciárias/escrow com regras contratuais claras para recebimento e pagamento em nome de terceiros, com título vinculante ao fluxo do cliente (ex: marketplace).

Benefícios: bom nível de governança, visão clara de titularidade e obrigação.

Desafios: deve atender requisitos regulatórios de serviço de pagamento ou agência, dependendo do caso; necessidade de contratos bem desenhados.

3.3 Plataforma como serviço (PaaS) de contas digitais com compliance embutido

Ofereça ou utilize uma plataforma tecnológica (como o modelo que sua empresa, Alphacode, entrega) que permite instanciar contas digitais para clientes com regras automáticas de monitoramento, segregação de fluxos e relatórios de compliance.

Benefícios: escalabilidade, possibilidade de gerar receita recorrente, controle tecnológico de ponta.

Desafios: investimento em desenvolvimento, necessidade de integração com open banking / open finance / APIs regulatórias.


4. Etapas para implementação e adequação

  1. Mapeamento das contas existentes – identifique se há estrutura de conta-bolsão ou similar, revise contratos e operações.

  2. Revisão de governança e política de risco – defina critérios próprios para detectar contas-bolsão, documente-os conforme exigido pelas normas. 

  3. Reestruturação de tecnologia e operações – implemente automação para múltiplas contas, segregação de fluxos, monitoramento em tempo real e alertas de compliance.

  4. Comunicação com clientes e parceiros – ajuste contratos, informe mudanças, renegocie se necessário para novos modelos de operação.

  5. Monitoramento contínuo e relatórios – mantenha documentação por pelo menos 10 anos (como exige o Bacen) e reporte adequadamente à Diretoria. 


5. Como a Alphacode pode ajudar a sua instituição financeira

Na qualidade de fornecedor de tecnologia e parceiro de inovação financeira, a Alphacode (com foco em vertical Finance) apoia fintechs, bancos e instituições de pagamento na adaptação a essas mudanças regulatórias, oferecendo:

  • Plataforma modular para contas digitais, segregação de fluxos e relatórios de governança (modelo MOSAICO Finance).

  • Time especializado em integração API e compliance regulatório (open finance, contas de pagamento, etc.).

  • Roadmap de adequação regulatória sob o seu comando, com entregas em sprints, reduzindo o risco de não conformidade.

    Se a sua instituição está se preparando para eliminar modelos de contas-bolsão ou migrar para uma nova estrutura, entre em contato para avaliarmos juntos o melhor caminho tecnológico.

Conclusão

As novas regras do Bacen sobre contas-bolsão marcam um ponto de inflexão para o sistema financeiro: há menos tolerância para estruturas que dificultam transparência e rastreabilidade. Para fintechs e bancos, a urgência de se adequar — com governança, tecnologia e modelo de negócio concretos — é real e exige ação.

Mas essa mudança também traz oportunidade: ao adotar estruturas modernas, automatizadas e conformes, você se posiciona à frente no mercado, reduz risco regulatório e ganha credibilidade — e, com isso, pode converter essa vantagem em crescimento.

Se você deseja transformar esse desafio em diferencial competitivo, a hora de agir é agora.

5 Dicas para Melhorar o Desempenho do MySQL

o Desempenho do MySQL

Se você está buscando maneiras de melhorar desempenho do mysql, aqui vão 5 dicas práticas que podem transformar a eficiência das suas consultas e estrutura de dados.

Trabalho com MySQL desde 2001. Nesses mais de 20 anos, tive a oportunidade de participar de centenas de projetos, muitos deles em alta escala, atendendo milhões de usuários e processando grandes volumes de dados. Ao longo dessa jornada, aprendi que pequenas otimizações fazem uma grande diferença na performance do banco de dados.

1. Índices bem planejados podem melhorar desempenho do mysql

Os índices são a base de um banco de dados rápido e eficiente. Eles funcionam como um “índice de livro”, facilitando a busca de informações sem percorrer toda a tabela.

Evite índices redundantes: Índices desnecessários impactam o desempenho em operações de escrita.

Use EXPLAIN: Identifique como suas consultas estão utilizando os índices.

Índices compostos: Quando múltiplas colunas são usadas em WHERE, um índice composto pode ser mais eficiente.

2. Otimização das consultas

Consultas mal escritas são uma das principais causas de lentidão no MySQL.

Prefira SELECT específico: Use SELECT coluna1, coluna2 em vez de SELECT *.

Evite subconsultas desnecessárias: Prefira JOINs bem estruturados.

Limite o retorno de registros: Utilize LIMIT para evitar trazer dados em excesso.

3. Configuração do servidor

A configuração correta é crucial para melhorar desempenho do mysql, especialmente para bancos com grandes volumes de dados.

Ajuste parâmetros-chave: Configure variáveis como innodb_buffer_pool_size, query_cache_size, e tmp_table_size.

Monitoramento constante: Ferramentas como MySQLTuner podem ajudar a identificar melhorias.

Cache: Utilize query cache com cuidado para armazenar resultados de consultas repetitivas.

4. Estrutura eficiente das tabelas

O design do banco impacta diretamente na performance e pode melhorar desempenho do mysql

Use o tipo de dado correto: Escolha INT em vez de VARCHAR para chaves primárias.

Normalização inteligente: Evite redundância, mas não exagere para não aumentar a complexidade.

Particionamento: Em tabelas muito grandes, o particionamento pode melhorar o desempenho.

5. Ferramentas de monitoramento e análise

Acompanhar a performance do banco é fundamental para evitar gargalos.

Logs de slow queries: Ative e analise as consultas mais lentas.

Ferramentas de monitoramento: Utilize o MySQL Enterprise Monitor ou alternativas como Percona Toolkit.

Otimização contínua: Análise periódica para ajustar índices e queries conforme o uso cresce podem melhorar desempenho do mysql

MySQL vs MariaDB: Entenda a Diferença

O MariaDB surgiu em 2009 como um fork do MySQL, após a aquisição da MySQL AB pela Oracle Corporation. Essa movimentação gerou receio na comunidade sobre o futuro do MySQL como um software de código aberto. Para garantir que a tecnologia continuasse livre e com contribuições da comunidade, Michael Widenius (criador original do MySQL) decidiu criar o MariaDB, mantendo a compatibilidade com o MySQL e trazendo melhorias significativas.

Apesar de serem bastante semelhantes em sua estrutura e funcionamento, o MariaDB possui algumas vantagens, como um desempenho otimizado em certas consultas e suporte a motores de armazenamento adicionais (como Aria e TokuDB). No entanto, o MySQL, amplamente consolidado no mercado, continua sendo a escolha de grandes empresas e projetos críticos devido à sua maturidade, estabilidade e integração robusta com diversas ferramentas e serviços, como AWS RDS e outras soluções cloud.

Dica Bônus: Evite o uso do ORDER BY RAND()

Uma prática comum, mas extremamente prejudicial ao desempenho, é o uso do comando ORDER BY RAND() para selecionar registros aleatórios no MySQL. Embora simples, esse comando obriga o banco de dados a atribuir um valor aleatório para cada linha da tabela e, em seguida, ordená-las com base nesses valores. Esse processo consome muitos recursos, principalmente em tabelas grandes, e pode gerar lentidão significativa.

Alternativa eficiente:

Se o objetivo é selecionar registros aleatórios de maneira otimizada, utilize abordagens alternativas. Uma das mais eficientes é usar um LIMIT com um índice primário ou uma coluna de referência:

melhorar desempenho do mysql

Conclusão

Com décadas de experiência utilizando MySQL em projetos de alta demanda, aprendi que a combinação de boas práticas, monitoramento constante e otimização contínua é a chave para obter o máximo desempenho do banco de dados.

Se você busca melhorar ainda mais sua infraestrutura, a Alphacode possui experiência na implantação de soluções robustas e escaláveis em MySQL, atendendo empresas de diversos segmentos. Fale conosco e leve sua performance ao próximo nível!