Se você está desenvolvendo fintechs, operações de crédito ou plataformas financeiras embutidas (embedded finance), provavelmente já ouviu falar de termos como “securitização”, “FIDC” ou “títulos de recebíveis”. Mas talvez não tenha se aprofundado no papel de uma securitizadora — uma peça central nesse ecossistema — e por que ela pode ser um modelo de negócio de impacto para quem oferece crédito.
Neste artigo eu explico:
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O que exatamente é uma securitizadora? 
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Como ela funciona, com base em regulamentações oficiais da CVM e do Banco Central do Brasil 
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Por que este modelo é estratégico para fintechs, varejo ou qualquer empresa que opera crédito 
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Como estruturar ou se conectar a uma securitizadora — e como a Alphacode pode apoiar 
1. O que é uma securitizadora?
Uma securitizadora — ou “companhia securitizadora” — é uma empresa não financeira que adquire direitos creditórios originados de vendas, financiamentos, empréstimos e outros contratos, e os transforma em títulos negociáveis no mercado de capitais.
Em outras palavras:
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Uma empresa origina créditos (por exemplo, financiamento a prazo ou parcela futura de venda) 
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A securitizadora compra esses direitos 
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Emite títulos lastreados nesses créditos, que podem ser adquiridos por investidores 
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A empresa originadora recebe liquidez à vista ou com menor prazo 
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E os investidores recebem como retorno os pagamentos provenientes desses direitos creditórios 
2. Fundamentação regulatória no Brasil
Para quem quer operar ou se estruturar como securitizadora, o arcabouço regulatório brasileiro é essencial. Alguns marcos:
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A Resolução CVM 60, publicada em 23/12/2021 e em vigor desde 2/5/2022, consolidou o regime específico para companhias securitizadoras. 
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A norma exige que a securitizadora tenha regime informacional, governança, patrimônio segregado e práticas fiduciárias específicas. 
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O artigo 3º da Lei 9.514/1997 trata do tema para securitização de créditos imobiliários, oferecendo base legal para a atuação. 
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A securitizadora não precisa ser autorizada pelo Banco Central para funcionar — mas as emissões de títulos podem estar sob a supervisão da CVM. 
3. Como a securitizadora funciona na prática
Etapas principais:
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Originador de crédito: empresa que concede crédito ou tem direitos a receber (exemplo: fintech de crédito, varejista que vende a prazo). 
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Cessão dos direitos: o originador transfere (cede) os direitos creditórios para a securitizadora. 
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Constituição de patrimônio segregado: a securitizadora organiza esses direitos em um patrimônio separado, específico para a securitização. 
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Emissão de títulos ou valores mobiliários: com base nesses direitos, emite-se, por exemplo, CRIs, CRAs ou outros certificados lastreados. 
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Venda para investidores: esses títulos são adquiridos por investidores que buscam retorno através dos pagamentos futuros dos créditos. 
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Gestão e pagamento: a securitizadora gerencia os fluxos, repassa os valores aos investidores conforme os créditos são quitados. 
Exemplo: uma fintech de crédito pessoal tem R$ 10 milhões em parcelas futuras. Em vez de esperar dois anos, ela cede esses direitos à securitizadora, recebe R$ 9 milhões agora e a securitizadora emite títulos para investidores receberem essas parcelas futuras.
Ativos elegíveis:
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Parcelas de vendas a prazo 
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Contratos de empréstimo ou financiamento 
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Recebíveis de aluguel ou serviços recorrentes 
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Direitos creditórios provenientes de cartão, boleto ou contrato 
4. Por que esse modelo é excelente para operações de crédito?
📌 Liquidez rápida
Empresas que operam crédito ou vendem a prazo podem antecipar caixa de forma eficiente.
📌 Escalabilidade
Não dependem exclusivamente de capital próprio para crescer — podem utilizar o mercado de capitais via securitização.
📌 Aperfeiçoamento de risco
Ao transferir direitos para a securitizadora, melhora‑se a alocação de risco, segregando o passivo da operação.
📌 Acesso a investidores institucionais
Cria‑se uma ponte entre fintechs ou originadores de crédito e investidores sofisticados.
📌 Sinergia com modelos BaaS
Para fintechs que oferecem crédito embedded ou serviços financeiros, a securitizadora atua como instrumento estrutural de capitalização.
5. Quando e como estruturar ou se conectar a uma securitizadora?
✅ Passos para implementar:
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Avaliar carteira de crédito e direitos a receber que podem ser cedidos 
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Garantir que os contratos permitam cessão ou securitização 
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Identificar uma securitizadora ou avaliar montar uma (sociedade anônima, registro CVM, regulatória) 
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Construir o fluxo de tecnologia, registro, controle de carteira e emissão de títulos 
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Integrar com sistemas de backend (core bancário, gestão de crédito) 
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Monitorar e cumprir obrigações de transparência, auditoria e governança 
❓ Quando fazer?
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Quando o crescimento da carteira exige capital 
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Quando se busca desvincular passivo e risco da operação corrente 
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Quando se quer oferecer financiamento ou crédito como serviço para terceiros 
6. Como a Alphacode apoia essa jornada
Na Alphacode, desde 2015, colaboramos com fintechs, varejistas e empresas que querem operar crédito de forma estruturada. Nossa plataforma contempla:
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Integração para emissão de CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) 
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Controle de carteira e fluxo de recebíveis 
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Integração com securitizadoras e modelos de financiamento 
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Painel administrativo, APIs e modelos white‑label para crédito via BaaS 
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Suporte regulatório e tecnológico para escalar com segurança 
Se o seu objetivo é criar uma operação de crédito com base em securitização ou conectar‑se a esse mercado, podemos ajudar a estruturar desde a arquitetura até a execução.
Conclusão
A securitização por meio de companhias securitizadoras não é apenas uma ferramenta técnica — é um modelo de negócio estratégico para organizações que operam crédito, fintechs e empresas que querem escalar com eficiência.
Se você quer estruturar sua operação de crédito de forma robusta, integrar‑se ao mercado de capitais e contar com um parceiro tecnológico que entende do assunto, vamos conversar.

