Quando falamos de segurança no BAAS, não estamos tratando apenas de firewall ou criptografia. Trata-se da confiança do seu cliente na operação — e da sobrevivência da sua fintech.
Nos últimos anos, o modelo de Banking as a Service (BAAS) tem viabilizado uma nova geração de empresas oferecendo serviços financeiros sob medida — sem precisar montar um banco tradicional. É um modelo poderoso, flexível e estratégico para varejistas, marketplaces, plataformas e fintechs.
Mas junto com a oportunidade, vem a responsabilidade. E tem um ponto que, infelizmente, ainda é negligenciado por muitos empreendedores que querem entrar nesse mercado: a segurança da informação.
Nesse artigo, eu quero abordar esse tema com profundidade — trazendo uma visão realista sobre os riscos, as boas práticas e, principalmente, o papel da rastreabilidade como elemento-chave em qualquer projeto sério de BAAS.
BAAS lida com dinheiro e dados críticos. Isso muda tudo.
Quando você cria um app de delivery, um e-commerce ou uma plataforma de serviços, os riscos estão principalmente na performance, na experiência do usuário e na operação.
Agora, quando você cria uma fintech — ainda que operando em modelo white-label com apoio de parceiros — você passa a lidar com:
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Saldos de contas vinculadas ao CPF do cliente
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Transações financeiras com valores reais
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Dados de documentos, contratos e autorizações
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Pix, boletos, CCBs e até limites de crédito
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Processos de autenticação, senha e segurança
Não importa se a liquidação é feita por um banco parceiro ou se o app foi desenvolvido sob licença: a responsabilidade sobre a integridade dos dados e a segurança da operação é sua.
Quais são os riscos mais comuns em soluções BAAS?
Se eu tivesse que listar os erros mais recorrentes que vejo em projetos que tentam “cortar caminho”, eles seriam:
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Falta de controle de acesso por perfil (qualquer pessoa acessa tudo)
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Ausência de autenticação em APIs sensíveis
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Dados de saldo armazenados em cache, sem consistência transacional
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Falta de logs detalhados e rastreáveis
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Backups inexistentes ou manuais
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Deploys em servidores compartilhados, sem isolamento por instância
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Requisições vulneráveis a manipulação direta (testes com Postman revelam falhas)
E o pior: boa parte desses problemas só aparece quando o negócio começa a escalar. Quando chegam mil usuários, o sistema quebra. E aí a confiança já foi embora.
Segurança no BAAS vai além da tecnologia: trata-se de responsabilidade
Muita gente pensa que segurança é só “proteger contra hackers”. Mas na prática, a maior parte dos problemas reais que uma fintech enfrenta são operacionais, e não ataques externos.
É por isso que eu sempre bato na tecla da rastreabilidade. Um sistema financeiro sem rastreabilidade é uma bomba-relógio.
Você precisa ser capaz de responder perguntas como:
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Quem iniciou essa transação?
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Que IP acessou essa conta?
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Quem alterou o status desse pagamento?
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Essa operação foi processada quando? Por quem?
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Houve rollback? Por quê?
Isso não serve só para auditoria. Serve para que você possa confiar na sua própria operação. E para que os parceiros e reguladores confiem também.
O que é uma boa rastreabilidade em projetos BAAS?
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Cada movimentação de saldo deve gerar um log completo com ID do usuário, horário exato e parâmetros da requisição
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As trilhas de auditoria devem ser armazenadas fora do ambiente de produção (por exemplo, em serviços de log criptografado ou banco separado)
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Operações críticas (alteração de dados, reversões, estornos) devem ter autenticação reforçada e logs assinados
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Integrações com PSTIs, bancos liquidantes e parceiros de crédito devem ser documentadas e monitoradas
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Logs devem ser imutáveis, criptografados e auditáveis
A rastreabilidade é a linha que separa uma fintech confiável de uma operação frágil.
Como tratamos isso na Alphacode
Na Alphacode, a gente não entrega apenas um “sistema com tela bonita”. A gente entrega a estrutura que sustenta operações financeiras robustas, escaláveis e com total responsabilidade técnica.
O nosso Mosaico Banking é um core bancário modular que já vem com:
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Controles de acesso por perfil e por rota
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Logs detalhados por tipo de transação
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Backup automático com replicação segura
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Ambiente separado por cliente, com isolamento real
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Integração com PSTIs homologadas
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Conectividade com sistemas como SPI, DICT, CIP e registradoras
Além disso, a gente entende que o projeto precisa atender não só à parte técnica, mas também aos padrões esperados por bancos parceiros, auditorias e reguladores.
Conclusão
Montar uma fintech ou oferecer serviços financeiros em sua empresa é uma oportunidade real de gerar receita recorrente, fidelização e inovação. Mas essa oportunidade exige maturidade técnica.
Não dá para brincar com dados de pagamento.
E se você está nesse caminho, eu recomendo fortemente começar sua estrutura com rastreabilidade, segurança e controle. Porque escalar com base em improviso pode custar muito caro depois.
Se quiser trocar ideias sobre seu projeto, entender melhor como o Mosaico pode ser implantado com segurança ou revisar a arquitetura da sua fintech, é só me chamar.
Vai ser um prazer ajudar.