Explicando a PL 2338/23 – Como vai funcionar a regulação das IAs?

Como vai funcionar a regulação das IAs?
Como vai funcionar a regulação das IAs?

Foi aprovada na última semana em comissão especial no senado a PL 2338/23, o texto que define como vai funcionar a regulação das IAs no Brasil, ou pelo menos as suas diretrizes gerais.

O projeto tem autoria do Senador Rodrigo Pacheco, e o texto que você pode conferir aqui na íntegra busca consolidar diversas PLs que vem sendo discutidas desde 2020, como esse exemplo que trouxe aqui no início de 2023 e que tinha diversas falhas que poderiam dificultar a vida das empresas que buscam implementar soluções de inteligência artificial no Brasil.

O texto atual, bem mais abrangente, e com clara definição do que são sistemas de Inteligência Artificial, e com a clara intenção de buscar proteger o usuário sem com isso ferir os segredos da indústria de software, me parece um bom primeiro passo em busca de disciplinar uma matéria tão nova e controversa.

Como vai funcionar a regulação das IAs

Os principais destaques do texto são:

1. Princípios Fundamentais:

  • Centralidade da pessoa humana.
  •  Respeito aos direitos humanos e valores democráticos.
  •  Igualdade, não discriminação e proteção ao meio ambiente.
  •  Inovação e livre concorrência.

2.  Direitos dos Usuários:

  • Informação prévia sobre interações com IA.
  • Explicações sobre decisões automatizadas.
  • Direito de contestar decisões que impactem significativamente.
  • Proteção contra vieses discriminatórios.

3. Classificação de Riscos:

  • Sistemas de alto risco (e.g., diagnósticos médicos, recrutamento).
  • Sistemas de risco excessivo são proibidos (e.g., manipulação subliminar).

4.Medidas de Governança:

  • Avaliação de impacto algorítmico obrigatória para sistemas de alto risco.
  • Transparência e rastreabilidade das decisões.
  • Mitigação de vieses e adoção de equipes inclusivas.

5.Sanções e Responsabilidade:

  • Responsabilidade objetiva para sistemas de alto risco.
  • Multas de até R$ 50 milhões para infrações.
  • Suspensão ou proibição de sistemas que não cumpram os requisitos.

6. Fomento à Inovação:

  • Criação de sandboxes regulatórios para testar inovações de IA.
  • Harmonização de direitos autorais com a mineração de dados.

7. Autoridade Reguladora:

  • O Executivo designará uma autoridade competente para implementar e fiscalizar a lei.

Na minha visão a busca por proteger o usuário tanto no papel de gerador de dados que alimentam os algoritmos como no papel de utilizador do resultado final de tais ferramentas é essencial, porém não pode ser esquecido o fato de que o Brasil (infelizmente) ainda possui um papel coadjuvante no cenário mundial de tecnologia, e por este fato, legislações que se tornem por demais restritivas ou arriscadas para as empresas, podem desacelerar a adoção de tais tecnologias no país.

No final a busca sempre deve ser pelo equilíbrio, entre proteger o cidadão e não criar travas que bloqueiem o crescimento do país.

O texto agora segue para o plenário do senado e após aprovação deve ser encaminhado para a câmara dos deputados, onde tenho certeza que discussões acaloradas acontecerão, principalmente nos temas relativos a proteção dos direitos autorais.

Falei sobre esse tema no último sábado em minha entrevista ao vivo para o canal Times Brasil / CNBC, onde pudemos explorar o tema com mais detalhes.

Vamos aguardar os próximos passos…

Confira a entrevista completa do Rafael Franco para a CNBC falando sobre a regulação das IAs

Inteligência Artificial por todos os lados… Chegou a vez da Apple.

Nos últimos meses o mercado de tecnologia vem sendo inundado por soluções baseadas em inteligência artificial, o ChatGPT realmente colocou essa tecnologia sob os holofotes.

São diversos anúncios do uso de inteligência artificial em lançamentos para 2023, e parece que chegou a vez da Apple entrar nessa onda.

De maneira silenciosa a empresa lançou o Apple Book Audiobooks by AI, um serviço que cria Audio Livros utilizando narradores baseados em inteligência artificial.

Os Audio Livros são um mercado multi milionário porém sempre enfrentou um desafio, o alto custo de produção, uma vez que é necessário que um narrador faça essa gravação, que muitas vezes ultrapassa as dezenas de horas.

Com o uso da inteligência artificial a Apple pretende trazer escala para esse mercado gerando de maneira artificial a narração de milhares de livros disponíveis no aplicativo Apple Books.

Outro objetivo da empresa é literalmente dar voz às pequenas editoras que não conseguem lançar áudio livros devido ao seu alto custo de produção.

O serviço ainda esta disponível apenas em Inglês e em poucas categorias de livros, mas como tudo em tecnologia é apenas questão de tempo para expandir.

=cx

Inteligência Artificial pode virar o terror dos professores

Professores estão preocupados com os impactos da Inteligência artificial na lição de casa, os criadores buscam uma solução.

Pelo menos é isso que uma matéria do The Guardian informa nessa terça-feira, desde o lançamento do ChatGPT em novembro, cresceu o número de professores universitários preocupados com uma eventual “chuva” de respostas e textos gerados por inteligência artificial que eles devem receber nas atividades dos estudantes.

O pesquisar Scott Aaronson diz que a empresa tem buscado uma maneira de “imprimir” uma digital nos textos gerados pela ferramenta facilitando assim identificar que aquele texto foi gerado por uma Inteligência Artificial e não é fruto da criatividade um humano.

Desde o lançamento da ferramenta diversas organizações de ensino já implementaram regras para proibir o uso de textos gerado por A.I nas atividades escolares.

E aí o que você acha dessa preocupação dos professores, faz sentido?

A inteligência artificial pode ser a nova revolução industrial?

Eu estou no mercado de desenvolvimento de software para web desde o início do século, lá se vão mais de 20 anos, e depois desse tempo todo, algo começou a me incomodar, a forma que desenvolvemos para web praticamente não mudou nas últimas duas décadas… Sim, da mesma forma que lá em 1999 era necessário digitar tags de html em um editor de texto aqui em 2022 meu time faz isso todos os dias.

Mas me parece que isso esta começando a mudar…

Tenho feito muitos testes nos últimos meses com ferramentas como o Open.ai e opções de Low-code e até No-code, afinal de contas, CODE é o coração do meu negócio… E pela primeira vez em 2 décadas consigo ver soluções que devem mudar substancialmente a forma que criamos softwares nos próximos anos…

Cada vez mais eu percebo que o mercado de software esta próximo de passar por uma reinvenção completa, onde talvez, saber programar perca relevância…

Nesse novo mundo da inteligência artificial o vencedor não será aquele que tem as respostas certas, mas sim aquele que tem as perguntas certas.

Veja o vídeo abaixo e me diga se não é algo a se pensar?

DeepMind cria IA que consegue programar como um programador mediano.

Em matéria publicada hoje no The Verge, a DeepMind anunciou que conseguiu desenvolver um sistema de inteligência artificial capaz de desenvolver programas de forma muito similar a um programador de nível médio.

O mais interessante, pelo menos para mim é que a Inteligência Artificial recebeu o nome de AlphaCode, (o nome da minha empresa @alphacode) e o teste foi realizado através de testes aplicados a partir do site Codeforces, e na média os resultados da AlphaCode foram dentro da médias dos 54,3% melhores usuários do site, o que não é grande coisa, mas esta acima de mais de 40% dos usuários humanos que realizaram os mesmos testes.

A DeepMind diz que as capacidades da IA ainda estão limitadas a desafios de cunho mais acadêmico, mas que isso com certeza abre uma porta para novas possibilidades com certeza abre.

E aí o que você acha desse programa que faz programas?