
No universo das fintechs, dos serviços financeiros embutidos (embedded finance) e das soluções baseadas em Banking as a Service (BaaS), um termo tem ganhado cada vez mais relevância: FIDC – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.
Se você deseja entender como esse instrumento funciona, como ele se conecta ao ecossistema financeiro moderno e como pode ser uma peça-chave na estrutura de uma fintech, este artigo é para você.
O que é um FIDC?
FIDC é a sigla para Fundo de Investimento em Direitos Creditórios. Na prática, trata-se de um veículo financeiro que adquire direitos creditórios – valores a receber de vendas a prazo, empréstimos, financiamentos, entre outros – e transforma isso em cotas que podem ser vendidas a investidores.
Esses fundos são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e podem ser estruturados de diversas formas, permitindo a securitização de recebíveis de maneira legal, estruturada e eficiente.
Exemplo simples de como funciona um FIDC:
Imagine uma fintech que oferece crédito pessoal digital. Em vez de esperar o pagamento das parcelas mês a mês, ela pode “vender” esses direitos de recebimento para um FIDC, recebendo o valor antecipado (com desconto) e transferindo o risco e o recebimento para o fundo.
Com isso, a fintech:
- Ganha capital de giro imediato;
- Reduz risco de inadimplência;
- Pode escalar sua operação com mais agilidade.
Quais tipos de empresas usam FIDC?
FIDCs não são exclusivos de grandes bancos. Empresas de médio porte, varejistas, financeiras, startups e fintechs têm utilizado esse mecanismo para:
- Antecipar recebíveis de vendas parceladas;
- Financiar carteiras de crédito pessoal;
- Monetizar contratos de prestação de serviço com pagamento recorrente;
- Viabilizar modelos BNPL (Buy Now, Pay Later) com lastro.
Benefícios estratégicos do FIDC para fintechs
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Escalabilidade: é possível operar uma carteira de crédito robusta sem consumir capital próprio.
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Previsibilidade de caixa: ao vender os recebíveis, a empresa tem liquidez imediata.
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Mitigação de riscos: o risco de inadimplência pode ser transferido parcialmente ou integralmente ao fundo.
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Acesso ao mercado de capitais: fintechs ganham a chance de se conectar com investidores institucionais e sofisticados.
FIDC e BaaS: uma dupla poderosa
No modelo de Banking as a Service, muitas fintechs operam oferecendo crédito pessoal, crédito consignado, financiamento ou antecipação. Um FIDC pode ser o veículo que garante a liquidez dessas operações.
Empresas como a Alphacode, por exemplo, têm ajudado fintechs a integrar seus sistemas com bancos liquidantes, emissores de CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) e, claro, FIDCs parceiros. Isso viabiliza a criação de esteiras de crédito digitais completas e conectadas com o mercado de capitais.
Regulamentação e estruturação
Os FIDCs devem seguir regras da CVM, em especial a Instrução CVM nº 356/2001 (atualmente substituída pela Resolução CVM nº 160/2022). Além disso:
- Devem ter uma administradora habilitada;
- Contar com custodiantes e auditores independentes;
- Possuir um regulamento detalhado que define o tipo de crédito comprado e os critérios de elegibilidade.
Dica prática para fintechs iniciantes
Se sua fintech pretende operar crédito e deseja escapar da limitação de capital próprio, conversar com um FIDC estruturado pode ser o primeiro passo para montar uma operação robusta.
E se você deseja uma estrutura tecnológica compatível, com emissão de CCB, gestão de carteiras, esteiras automatizadas, painel administrativo e integração com FIDCs — a Alphacode pode te ajudar.
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