Recentemente, o anúncio de que o governo estuda isentar data centers de impostos federais para atrair investimentos no Brasil chamou a atenção de quem, como nós, trabalha no setor de tecnologia. Trata-se de uma excelente iniciativa, que merece ser elogiada: reconhecer a importância estratégica da infraestrutura digital é fundamental para quem deseja posicionar o país no centro da nova economia global.
Valorizar a infraestrutura é só o começo.
Se quisermos, de fato, transformar o Brasil em um polo de tecnologia e inovação, precisamos dar um passo além: olhar para todo o ecossistema, e isso inclui também as empresas de software e desenvolvimento.
Hoje, quem empreende em tecnologia no Brasil enfrenta desafios pesados, como a alta carga tributária sobre equipamentos básicos.
Somos obrigados a comprar alguns dos computadores e servidores mais caros do mundo, em um mercado altamente competitivo e globalizado. Essa realidade gera uma concorrência desigual para startups, desenvolvedores e empresas que poderiam estar levando soluções brasileiras para o mundo inteiro.
Por que não estender os benefícios?
Se o objetivo é impulsionar a inovação, é natural que as isenções cheguem também à base que sustenta a tecnologia: as empresas de software, os desenvolvedores, os programadores, os designers, os arquitetos de sistemas.
Facilitar o acesso a equipamentos de ponta e reduzir a carga tributária sobre o investimento em tecnologia de desenvolvimento é um caminho lógico para gerar:
-
Mais inovação,
-
Mais competitividade internacional,
-
Mais empregos qualificados,
-
Mais crescimento econômico sustentável.
O Brasil tem talento de sobra.
O que precisamos é de condições mais justas para competir. Apoiar data centers é fundamental, mas fortalecer todo o ecossistema é o que realmente pode fazer do país uma potência digital no longo prazo.
Que essa iniciativa seja o primeiro passo de uma estratégia mais ampla, mais moderna e mais conectada com o futuro.