FIDC agora pode virar SCFI: o que muda para fintechs

O Banco Central autorizou recentemente um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) a atuar como uma SCFI (Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento). Na prática, essa decisão muda completamente o jogo para fintechs, plataformas de BAAS (Banking as a Service) e empresas que operam com concessão de crédito.

Neste artigo, vamos explicar o que é um FIDC, o que é uma SCFI, quais as diferenças entre os dois modelos, e o que essa mudança representa para o futuro do mercado financeiro no Brasil.


O que é um FIDC?

Um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) é um tipo de fundo regulado pela CVM que aplica, no mínimo, 50% do seu patrimônio em direitos creditórios. Esses “direitos” nada mais são do que créditos a receber, como duplicatas, contratos, recebíveis de cartões, entre outros.

Os FIDCs são usados como instrumentos de financiamento alternativo, geralmente estruturados por empresas que desejam transformar seus recebíveis em liquidez.

Regulação principal: Instrução CVM 356/2001.


O que é uma SCFI?

SCFI é a sigla para Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento. Trata-se de uma instituição financeira não bancária, regulada pelo Banco Central, com autorização para operar diretamente com concessão de crédito e financiamento.

SCFIs podem atuar com linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas, parcelamento de compras, crédito pessoal, entre outros produtos. Elas não captam depósitos à vista (como os bancos), mas podem captar recursos no mercado financeiro, emitir CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) e operar de forma direta com tomadores.

Diferença entre FIDC e SCFI

fidc scfi
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O caso Multiplike: de FIDC a SCFI

A gestora Multiplike recebeu em junho de 2025 a autorização do Banco Central para operar como SCFI. A empresa, que já administrava um grande volume de operações com créditos cedidos, agora ganha autonomia para conceder, estruturar e distribuir crédito internamente.

Com isso, a Multiplike reduz custos de intermediação, agiliza o ciclo de concessão de crédito e ganha escala sem depender de estrutura bancária tradicional.


O que essa mudança representa para fintechs e plataformas de BAAS

A autorização do BC à Multiplike é um marco porque abre caminho para que outras empresas estruturadas possam seguir o mesmo caminho: transformar operações de FIDC (ou outras estruturas indiretas) em operações financeiras diretas e mais eficientes.

Fintechs e plataformas que oferecem serviços de crédito, financiamentos, antecipação de recebíveis e serviços bancários podem passar a considerar o modelo SCFI como uma evolução natural.


Riscos e cuidados para quem deseja virar SCFI

Apesar das vantagens, a autorização como SCFI exige:

  • Estrutura de compliance robusta
  • Infraestrutura tecnológica segura
  • Monitoramento antifraude
  • Capital mínimo regulatório
  • Aprovação de dirigentes pelo Banco Central
  • Relatórios periódicos e auditoria

É um modelo para quem está disposto a atuar com responsabilidade.


Como a Alphacode pode ajudar

Na Alphacode, temos ajudado empresas a construir operações financeiras robustas, seguras e escaláveis, com tecnologia de ponta e alinhamento regulatório.

Se você está estudando transformar seu FIDC, ou estruturar uma operação SCFI, podemos ajudar com:

  • App e backoffice de operação financeira
  • Integrações com registradoras e bureaus
  • Infra segura e criptografada
  • Controle de acesso, logs, e APIs blindadas
  • Documentação regulatória técnica
  • Monitoramento comportamental e antifraude

FAQ

Qual a vantagem de uma SCFI em relação a um FIDC tradicional?
Maior autonomia, menos intermediação, acesso direto ao cliente, possibilidade de escala mais rápida.

Qual a regulação que rege as SCFIs?
Resoluções do Banco Central, em especial as normas da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro (DINOR).

SCFI pode captar depósitos?
Não. Somente bancos comerciais podem captar depósitos à vista. SCFIs captam via títulos ou fundos.

Qual capital mínimo preciso para virar SCFI?
Depende do escopo da operação. Mas em geral, é preciso atender os requisitos da Circular 3.978 e Resolução 4.970/2021.


Considerações finais

O reconhecimento de FIDCs como potenciais operadoras financeiras é um passo a mais rumo à descentralização da infraestrutura bancária no Brasil.

Quem tiver visão, dados e responsabilidade, vai crescer com base sólida.

E quem ignorar esse movimento, pode ficar fora do próximo ciclo de inovação financeira.

O que é um FIDC e como ele pode impulsionar seu negócio financeiro?

O que é um FIDC?

No universo das fintechs, dos serviços financeiros embutidos (embedded finance) e das soluções baseadas em Banking as a Service (BaaS), um termo tem ganhado cada vez mais relevância: FIDC – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios.

Se você deseja entender como esse instrumento funciona, como ele se conecta ao ecossistema financeiro moderno e como pode ser uma peça-chave na estrutura de uma fintech, este artigo é para você.

O que é um FIDC?

FIDC é a sigla para Fundo de Investimento em Direitos Creditórios. Na prática, trata-se de um veículo financeiro que adquire direitos creditórios – valores a receber de vendas a prazo, empréstimos, financiamentos, entre outros – e transforma isso em cotas que podem ser vendidas a investidores.

Esses fundos são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e podem ser estruturados de diversas formas, permitindo a securitização de recebíveis de maneira legal, estruturada e eficiente.

Exemplo simples de como funciona um FIDC:

Imagine uma fintech que oferece crédito pessoal digital. Em vez de esperar o pagamento das parcelas mês a mês, ela pode “vender” esses direitos de recebimento para um FIDC, recebendo o valor antecipado (com desconto) e transferindo o risco e o recebimento para o fundo.

Com isso, a fintech:

  • Ganha capital de giro imediato;
  • Reduz risco de inadimplência;
  • Pode escalar sua operação com mais agilidade.

Quais tipos de empresas usam FIDC?

FIDCs não são exclusivos de grandes bancos. Empresas de médio porte, varejistas, financeiras, startups e fintechs têm utilizado esse mecanismo para:

  • Antecipar recebíveis de vendas parceladas;
  • Financiar carteiras de crédito pessoal;
  • Monetizar contratos de prestação de serviço com pagamento recorrente;
  • Viabilizar modelos BNPL (Buy Now, Pay Later) com lastro.

Benefícios estratégicos do FIDC para fintechs

  • Escalabilidade: é possível operar uma carteira de crédito robusta sem consumir capital próprio.

  • Previsibilidade de caixa: ao vender os recebíveis, a empresa tem liquidez imediata.

  • Mitigação de riscos: o risco de inadimplência pode ser transferido parcialmente ou integralmente ao fundo.

  • Acesso ao mercado de capitais: fintechs ganham a chance de se conectar com investidores institucionais e sofisticados.

FIDC e BaaS: uma dupla poderosa

No modelo de Banking as a Service, muitas fintechs operam oferecendo crédito pessoal, crédito consignado, financiamento ou antecipação. Um FIDC pode ser o veículo que garante a liquidez dessas operações.

Empresas como a Alphacode, por exemplo, têm ajudado fintechs a integrar seus sistemas com bancos liquidantes, emissores de CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) e, claro, FIDCs parceiros. Isso viabiliza a criação de esteiras de crédito digitais completas e conectadas com o mercado de capitais.

Regulamentação e estruturação

Os FIDCs devem seguir regras da CVM, em especial a Instrução CVM nº 356/2001 (atualmente substituída pela Resolução CVM nº 160/2022). Além disso:

  • Devem ter uma administradora habilitada;
  • Contar com custodiantes e auditores independentes;
  • Possuir um regulamento detalhado que define o tipo de crédito comprado e os critérios de elegibilidade.

Dica prática para fintechs iniciantes

Se sua fintech pretende operar crédito e deseja escapar da limitação de capital próprio, conversar com um FIDC estruturado pode ser o primeiro passo para montar uma operação robusta.

E se você deseja uma estrutura tecnológica compatível, com emissão de CCB, gestão de carteiras, esteiras automatizadas, painel administrativo e integração com FIDCs — a Alphacode pode te ajudar.

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